Aos 69 anos, o cardeal Robert Francis Prevost, da Ordem de Santo Agostinho (OSA), tornou-se nesta quinta-feira (08/05), o 267º Papa da Igreja Católica, após ser eleito no quarto escrutínio do Conclave – coincidência que marcou também as eleições de João Paulo I (1978) e Bento XVI (2005).
Nascido em Chicago, Illinois, em 14 de setembro de 1955, filho de um pai franco-italiano e uma mãe hispânica, ele se tornou primeiro sumo-pontífice norte-americano e também o primeiro agostiniano a assumir a Cátedra de Pedro. Para o Arcebispo de Uberaba (MG), Dom Paulo Mendes Peixoto: “Este é um momento histórico, de gratidão e de esperança renovada para toda a Igreja”.
Com formação em Matemática, Filosofia e Teologia, Prevost ingressou na OSA em 1977, sendo ordenado sacerdote em Roma (1982). Sua vocação missionária floresceu no Peru, onde atuou por quase 15 anos: liderou comunidades em regiões pobres, fundou paróquias, serviu como vigário judicial e formou gerações de seminaristas. Seu lema episcopal, “In Illo uno unum” (“No único, somos um”), inspirado em Santo Agostinho, sintetiza seu compromisso com a unidade na diversidade.
Elevado ao episcopado por Francisco em 2014, como bispo de Chiclayo (Peru), destacou-se pela promoção da justiça social e educação. Em 2023, foi chamado a Roma como Prefeito do Dicastério para os Bispos e cardeal, acumulando funções em nove organismos vaticanos, incluindo Doutrina da Fé e Evangelização. Participou ativamente do Sínodo sobre a Sinodalidade (2023-2024), consolidando-se como mediador entre correntes eclesiásticas.
Dom Paulo Mendes Peixoto acredita que a profunda vivência pastoral do novo Papa nas realidades latino-americanas somada ao seu perfil missionário, deve reforçar a opção de uma Igreja para os pobres: “Estamos certos de que ele dará continuidade ao legado do Papa Francisco, aprofundando os caminhos de uma Igreja em saída, que acolhe, inclui e transforma”, frisou o Arcebispo.
A escolha do nome Leão coloca Prevost como o décimo quarto pontífice a utilizar esta denominação na história do papado. Este nome figura entre os mais tradicionais na sucessão papal, e para o arcebispo de Uberaba tem um profundo significado: “A tradição de escolher um nome papal remonta a séculos de história do catolicismo e frequentemente representa uma homenagem a predecessores ou indica direcionamentos para o novo pontificado”, explica Dom Paulo.
Multicultural, poliglota e com raízes nas periferias, Leão XIV inicia seu pontificado com a promessa de uma Igreja que escuta e caminha. Afinal, o fundamento da vida agostiniana é a vida comum, na qual todos os Irmãos, “doando-se a si mesmos, constroem o caminho para Deus enquanto servem aos demais, comunicando-lhes todos os seus bens e aperfeiçoando-se por sua vez a si mesmos com o dom da graça divina” (Constituições 6).
Jorn. François Ramos – Assessoria de Imprensa/Arquidiocese de Uberaba